“Usei (ou a minha namorada usou) a pílula do dia seguinte, mas a minha menstruação não veio. Será que estou grávida?”
Esta é uma das perguntas mais frequentes que recebo diariamente por meus canais de comunicação (Fanpage, YouTube, Twitter, Instagram, G+ e email).
É importante esclarecer que para nós, médicos, a popular “pílula do dia seguinte” é considerada um contraceptivo de emergência.
Eu grifei emergência para que todos entendam que ela só deve ser utilizada em um caso de realmente extrema necessidade como, por exemplo, na falha de outro anticoncepcional.
Ao contrário do que muitos imaginam esta pílula não é abortiva. O mecanismo de ação dela apenas impede que o óvulo, caso seja fecundado, possa se fixar na placenta e a gestação se desenvolva. Porém, uma vez que o óvulo já esteja implantado na placenta, a pílula do dia seguinte não fará efeito.
Esta pílula contém uma dose de hormônio muito alta, muito maior do que a das pílulas normais. Por isso, o organismo da mulher tende a “pirar”, fazendo com o ciclo menstrual fique completamente irregular e nem sempre a menstruação venha imediatamente após a ingestão do medicamento.
Sim, a pílula do dia seguinte é um medicamento! Portanto, deve ser prescrita por um médico – ou seja, só deve (ou só deveria) ser comprada/vendida mediante receita médica. Por ser um remédio, quando usada de forma errada ou irresponsável, além perder o efeito, pode provocar efeitos colaterais graves como a trombose (coágulos de sangue) e até a morte.
Outro ponto a esclarecer é que apesar do nome ser “pílula do dia seguinte”, ela deve ser tomada imediatamente após o momento em que ser percebeu que houve a falha do outro método, seja ele camisinha ou esquecimento de tomar o anticoncepcional. E principalmente se houver ejaculação sem proteção.
Se tomada a partir da primeira hora até o dia seguinte, as chances de a pílula funcionar e a pessoa não engravidar são de 95%. Quando ela é tomada a partir do segundo dia em que houve a falha, este percentual diminuiu para 85% e se for tomada no terceiro dia, as chances de engravidar, mesmo com a pílula do dia seguinte, são de 50%.
Vale lembra que temos inúmeros outros métodos contraceptivos a disposição das mulheres como o DIU, os anticoncepcionais injetáveis e mais recentes, os anticoncepcionais subdérmicos (que são implantados sob a pele). Além, é claro, da camisinha masculina e feminina, que deveriam ser usadas sempre.
Então, antes de ir para a cama com alguém, previna-se não só da gravidez indesejada, mas também das doenças sexualmente transmissíveis como a AIDS.
Porque depois pode ser tarde demais!