*Por João Luis Borzino
Exercer a sexualidade é algo inerente ao ser humano, porque o sexo é uma apetência (vontade natural) como a fome, a sede ou o sono.
O problema é quando algo que deveria nos dar prazer se torna aversivo, ou seja, causa repugnância. Por exemplo, quando uma pessoa perde o apetite ou torna-se anoréxica, por imaginar que comer fará com que ela engorde.
O mesmo pode ocorrer com o sexo!
Ao ter em mente que determinada situação sexual é pecaminosa, suja ou proibida, o indivíduo pode perder a vontade de ter relações sexuais e cair na abstinência. E isso não é saudável
Falta de apetite sexual e ejaculação precoce por parte dos homens e dificuldades de chegar ao orgasmo, por parte das mulheres, são as queixas mais comuns de quem busca a ajuda profissional de um terapeuta sexual ou sexólogo. Outro fator de preocupação que pode atrapalhar o desempenho sexual a dois, e levar as pessoas ao consultório, é o medo de contrair uma doença sexualmente transmissível (DST) como a AIDS.
É importante ressaltar que o companheiro (a) ou namorado (a) é aquela pessoa com quem se troca intimidades e afetividades. Por isso, as carícias no cotidiano são muito importantes. São elas que ajudam a manter a intimidade e o reconhecimento de como o prazer pode ser obtido entre o casal.
Quanto as DSTs, apesar do HIV ser, sem dúvida alguma, o vírus que mais preocupa, vale ressaltar que existem muitas outras doenças graves que podem ser contraídas pelo contato sexual, mas que, por pura falta de informação, as pessoas tendem a dar menos importância. Entre elas, podemos destacar as hepatites B e C, que podem se tornarem doenças crônicas e até evoluir para um câncer de fígado; e o HPV (papiloma vírus humano) que, quando não tratado, pode ser responsável pelo surgimento do câncer de colo do útero (nas mulheres) e de verrugas genitais (especialmente em homens). A sífilis também é um grande problema, pois pode evoluir para cardiopatias (doença crônica do coração) e encefalites graves (infecção grave no cérebro).
Por isto, é muito importante usar o preservativo (camisa) mesmo quando se é casado, além de sempre conversar com o parceiro sobre o que você gosta ou não.
* João Luis Borzino é sexólogo e terapeuta sexual de casais com mais de 12 anos de atuação profissional.